1. |
TUMULTUS
01:34
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Sentia um imenso prazer ao ver a tinta tatuar no papel as suas palavras vazias de sentido. Pouco se importava com seu significado sua paixão era pelas curvas de cada letra por ele escrita, talhada, cravada, pela intensidade com que a tinta penetrava nas folhas. O orgasmo era similar ao que a deusa teve ao criar o vazio e ao dar à luz ao nada.
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2. |
Livros
01:52
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O sumário não fazia sentido, os capítulos fora de ordem nada diziam sobre o livro que escreveu sobre si. As múltiplas possibilidades de leitura não levavam a nenhuma conclusão. As letras, vazias e sem forma, pareciam só se preocupar em preencher o espaço no papel.
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3. |
Gargantas
01:11
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Em seus sonhos lia seus escritos para uma plateia de pessoas com os rostos de ponta cabeça. Recitava os versos aos berros e aos prantos. Desesperado. Entorpecido. Ainda sentia o nó da corda apertar-lhe a garganta.
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4. |
Dentes pretos
01:15
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É uma pena que não tenhamos sido amantes por toda a vida! Com a cabeça ruim, o coração partido e uma corda no pescoço saltou exibindo os dentes pretos de quem só se alimenta de nanquim, de quem devora tudo que escreve. Por fora o vazio, por dentro puro ódio.
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5. |
Sorrisos
01:10
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Dentes pretos mastigam membros fantasmas, dentes pretos mastigam dejetos mortos. A podridão é o meu fetiche. Um sorriso não humano chama a atenção e faz com que riam e chorem. Um sorriso grotesco só gera solidão.
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6. |
Rangidos (dentes)
01:42
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Rangia os dentes de tanto desejo, raiva e aflição. O “contraquerer” o apavorou, “o porvir se resumia à mera questão de tempo”: a tinta do seu corpo logo mancharia as falhas com a cor mais escura possível. Entre tudo o que seus olhos viam e o que se passava em sua mente só existia escuridão e absurdo.
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7. |
Fúrias
02:01
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Convulsionava tipo um corpo sem forma definida, com os membros batendo no chão como o martelo de um operário furioso, faminto e febril. Os órgãos rangiam feito as engrenagens de uma fábrica que nada produzia além de fúria, fome e febre.
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